Frequentemente nos deparamos com uma fissura, trinca ou até manchas de oxidação ao fazer uma breve inspeção em nossas edificações, como saber se devemos nos preocupar? Estamos localizados em uma região litorânea, e, esse é um dos principais fatores dessas manifestações patológicas serem tão comuns em nossas residências e condomínios.
Mas afinal como identificar se meu edifício está com esse problema e qual a gravidade que isso representa?
Antes de entrarmos nos procedimentos de recuperação, devemos primeiramente ter um bom diagnóstico, entendendo a origem do problema estrutural, pois só assim é possível uma solução definitiva. Para isso você vai precisar de um auxílio de um engenheiro civil patologista, somente ele poderá constatar se aquela fissura, se trata de algo superficial ou não, se essas manchas de corrosão, são um problema grave ou de fácil solução.
A recuperação estrutural de um edifício, requer uma série de procedimentos, que devem ser cuidadosamente respeitados, entender a causa e a origem do problema faz toda a diferença na hora da recuperação.

Na maioria dos casos, pode ser necessário escorar toda a região afetada, o que vai acabar alterando a rotina de todo o condomínio. Mas também em algumas situações, pode ser uma intervenção rápida e eficaz, mas somente o engenheiro poderá tomar essa decisão.
Por que falamos sempre das fissuras?
Porque através de uma simples fissura, pode se esconder um problema estrutural gravíssimo, e, por falta de conhecimento e expertise, colocar toda uma edificação e vidas em risco, elas são as maiores aliadas em uma inspeção predial, e, um bom engenheiro é capaz de identificar exatamente o que ela representa.
Existem vários tipos de fissuras: fissuras verticais, fissuras geométricas, fissuras diagonais, fissuras por deformação da estrutura e ou até recalque. Mas vamos focar nas fissuras estruturais causadas por corrosão, essas fissuras são encontradas nos pilares, vigas e lajes, e, tem características comuns entre elas, são geralmente localizadas nas extremidades.

Essas fissuras ocorrem com essas características devido a um processo químico que acontece na armadura. Agora chegamos ao ponto crítico, por estarmos próximos ao mar, sofremos com a maresia e ataques de cloretos, por isso a norma de concreto exige que nossas estruturas tenham cobrimento mínimo de 4,5 cm de espessura.
Falhas nessa barreira significam sujeitar as armaduras às agressões do meio ambiente, que induzem à corrosão do material e comprometem a capacidade de suporte de carga de toda a estrutura.
Quando ocorre a oxidação da barra ela sofre um fenômeno químico de expansão, ou seja, quando o aço está desprotegido sem cobrimento adequado ele entra em processo de corrosão.
Essa expansão é tão forte que acaba estufando e expulsando o concreto e o revestimento na região afetada, causando uma fissura no sentido longitudinal da barra, o maior perigo está quando isso ocorre na fachada, pois poderá causar um desprendimento volumétrico de material, o que pode provocar um acidente gravíssimo com vítimas ou danos materiais significativos.

Além disso, a corrosão generalizada e avançada, causa a perda de seção dessa armadura, o que vai representar perda de capacidade de suporte, que se não recuperada a tempo, poderá levar ao colapso de toda a edificação.
Para tratar esse tipo de problema, se faz necessário uma equipe experiente e qualificada, pois intervenções mal executadas e de forma inadequada, poderão causar danos irreparáveis. Como já vimos em casos recentes no Brasil, com a queda de edifícios inteiros.
Portanto, os procedimentos devem ser sempre feitos com acompanhamento e responsabilidade técnica. Sendo assim, para recuperar a estrutura danificada, será necessário remover todo o concreto comprometido, remover o concreto em volta da barra que está oxidada, avaliar o nível de corrosão e perda de seção da armadura.
Dependendo do nível, vai ser preciso recompor a taxa de aço, lixar e remover toda a corrosão presente, aplicar um produto específico com características anticorrosivas, fazer o recobrimento estrutural desse elemento com argamassas especiais. Todos esses procedimentos precisam de uma avaliação para liberação para próxima etapa, cada procedimento tem um tempo de cura e forma de execução.

Falhas nesses procedimentos irão apenas mascarar um problema que futuramente irá voltar de forma muito mais agressiva e perigosa, podendo causar deformações excessivas e até colapso da estrutura.
Caro síndico, faça as inspeções e vistorias regularmente, para estar sempre preparado para encarar essas manifestações, pois quando elas são tratadas logo no início evitamos uma série de gastos adicionais, prolongamos a vida útil da edificação e o mais importante garantimos a segurança de todos.
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