Precisamos entender e compreender nossas fachadas com um olhar mais crítico, as fachadas pastilhadas, vem sendo alvo de preconceito e rejeição por muitos síndicos e condôminos, mas será que esse revestimento é realmente um vilão das nossas fachadas?
Não é de hoje que inúmeros casos de desprendimentos e acidentes com quedas de pastilhas tem virado notícia de forma recorrente em todo Brasil, infelizmente quando esse tipo de sinistro ocorre, pode haver vítimas fatais ou prejuízos financeiros enormes.
Em virtude do elevado número de situações como essa, o revestimento cerâmico ou pastilha, tem sofrido grande reprovação quando se trata de recuperar esses elementos, ou até mesmo, em novos projetos de retrofit.
Isso porque são obras de alto investimento inicial, e, por esse preconceito que se generalizou, esse tipo de revestimento vem sendo alvo de muitas críticas.

Fachada pastilhada
O material tem maior resistência a intempéries e propicia maior conforto térmico, porque absorve menos água e tem uma espessura maior do que a superfície que recebe apenas pintura, por exemplo.
Umas das vantagens das pastilhas está em sua relação custo/benefício, melhor que a da pintura. O gasto maior com material é compensado pela praticidade para conservação do material aplicado. A durabilidade das peças é maior do que a da tinta e exige menos trabalho de manutenção.
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O uso de pastilhas nas fachadas não somente imprime características contemporâneas para a arquitetura, mas valoriza os empreendimentos financeira e esteticamente. É um material rico. “A diversidade é imensa, podem ser pastilhas rústicas, lisas, com brilho e sem. A fachada é uma grande escultura e as pastilhas realçam suas formas”.
Mas por que tantos problemas de desprendimentos de pastilhas? por que vemos tantas fachadas demarcadas quando observamos os condomínios pela orla?
São tantos questionamentos, mas precisamos ir a fundo nestas questões, para realmente compreender e entender o que de fato está ocorrendo.
Em pesquisas, notamos que no Brasil, as principais causas das patologias estão relacionadas à execução como demonstra o gráfico da figura 01.
Figura 01: Principais origens de patologias no Brasil.

Dessa forma os revestimentos das nossas fachadas não seriam diferentes, pois em média apenas 7% dos problemas estão relacionados ao material em si, ou seja, a pastilha não é o problema.
Para entendermos melhor a composição da nossa fachada, podemos imaginar uma corrente, onde cada elo tem sua função, e esses elos precisam ser bem executados, para que nossa corrente seja forte e mantenha nossa fachada segura e atinja a da vida útil de projeto.
Essa corrente é formada da seguinte forma:
- Estrutura (pilar / Viga)
- Chapisco
- Reboco
- Argamassa colante
- Pastilha
Cada elo dessa corrente tem a sua função e exigem procedimentos e cuidados na execução.
Não podemos esquecer também das juntas de dilatação e do rejunte, que quando bem projetadas, o revestimento estará bem dimensionado, com bom acabamento, além de garantir o desempenho e durabilidade.
Portanto, são necessárias várias etapas e procedimentos, para atingirmos uma fachada segura e bem executada. Claro que podem ocorrer falhas do próprio revestimento, porém tais falhas com o controle de qualidade que temos hoje em dia, são cada vez mais raras.

O revestimento cerâmico é uma excelente opção principalmente para fachadas litorâneas, e nós engenheiros temos o dever de desmistificar esse estereótipo de inimigo da fachada, com o uso da boa técnica e fiscalização das nossas obras.
Temos evoluído bastante na engenharia para resolver esses problemas, materiais e técnicas novas têm surgido para auxiliar cada vez mais a manutenção das fachadas, hoje já podemos “resgatar” algumas fachadas sem a necessidade de uma remoção total, isso quando o problema ocorre no último elo da corrente (argamassa colante). Mas isso é assunto para um próximo texto.
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Uma resposta
Achei bom, nas na prática: quanto chove ou venta muito e um festival de pastilhas que soltam podendo atingir, como já atingiu veículos e transeuntes, por exemplo na: Rua José Bonifácio em São Vicente SP, litoral