Dicas para construir a casa dos seus sonhos

Nada se compara à sensação de morar em uma casa que foi projetada especialmente para você, não é? Apesar da grande oferta e inúmeras opções de imóveis, é difícil encontrar uma residência pronta que atenda todas as suas exigências, por isso, construir sua própria casa é o melhor caminho para ter um lar para chamar de seu.

Se está pensando em construir, então confira essas dicas muito importantes que separei especialmente para você, afinal, fazer uma casa do zero não é uma tarefa simples e muitos detalhes precisam ser levados em consideração.

Primeiramente, não contrate alguém sem ter referências de seu trabalho. Antes de mais nada, sua obra precisa de um projeto, que deve ser elaborado por um arquiteto formado e experiente, que entenda suas ideias, conheça os custos de uma construção e saiba aproveitar as potencialidades de seu terreno. Uma dica importante: execute a obra com uma construtora ou empreiteira que tenha experiência e seja reconhecida por fazer bons trabalhos. A maior e principal reclamação é a incomodação e falta de qualidade dos serviços das empreiteiras.

Em segundo lugar, o projeto da sua casa precisa tirar proveito das condições do seu terreno. Por exemplo, se seu terreno é em uma área de declive acentuado, deixa-lo totalmente plano vai custar muito caro. O ideal é fazer proveito deste partido e explorar esta situação no seu projeto de forma que se adaptem às condições do local e também ao seu gosto.

É essencial pensar muito bem na rotina dos futuros moradores, pois a casa tem que ser feita para satisfazer as necessidades de todos vocês e o estilo de vida que gostam de levar. Quantas pessoas vão morar na casa? Como vai ser a disposição dos cômodos e que medidas eles terão? Tudo isto e diversos outros fatores precisam ser levados em conta na hora de conversar e explicar para o escritório de arquitetura escolhido. Embora o mercado imobiliário dite regras para a distribuição e uso das moradias, o profissional pode quebrar essas regras e propor algo que se ajuste mais adequadamente ao uso específico de uma determinada família.

Outra dica importante é discutir intensamente com seu arquiteto sobre os acabamentos. Que tipo de piso vou pôr na casa? De que valor? De que cor? Preciso que seja antiderrapante? Eles combinam com as cores das paredes? Combinam com os móveis que serão colocados em cada cômodo? O teto por dentro terá rebaixamento em gesso? A fachada terá telhado com inclinação e telhas ou uma platibanda? Essas e muitas outras opções têm que ser pensadas e amadurecidas com seu arquiteto para que o projeto não tenha surpresas no decorrer da obra, pois são aspectos muito importantes que não podem ser deixados para última hora, precisam constar na fase de projeto.

Por fim, mas não menos importante, fique sempre de olho nos custos. A obra como um todo e os detalhes que podem ou não ser colocados impactam diretamente no orçamento do trabalho. Já pensou chegar em um momento da obra e faltar dinheiro para terminar a casa? Isso seria péssimo. Lembre-se, o valor que será investido na casa precisa contemplar seus gostos e necessidades. Para atingir esse objetivo é preciso que as solicitações sejam claras e amplamente discutidas entre as partes. A conversa é fundamental. Todas as dúvidas devem ser esclarecidas por ambos os lados. Nem cliente, nem arquiteto devem ficar constrangidos em perguntar.

Importante também é deixar claro, desde o início, qual a verba disponível para a empreitada. Isso evitará que o projeto contenha propostas com custo alto, que na hora da execução acabarão sendo abandonadas e substituídas às pressas gerando margem para muitos erros.

Vale destacar também que cada tipo de projeto precisa seguir normas de acordo com a sua finalidade. Quando falamos de um projeto residencial, por exemplo, ele deve respeitar as normas NBR 16636 (Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos).

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Quais etapas são necessárias para que seu projeto se torne uma casa de verdade?

Um projeto de arquitetura residencial pode ter mais ou menos etapas de acordo com as necessidades do cliente. De modo geral, ele é composto de 6 passos, confira quais são:

  1. Programa de necessidades
    O programa de necessidades (ou briefing) é criado nas primeiras conversas com o cliente. Nessa etapa do projeto residencial, o arquiteto precisa reunir o maior número de informações possível sobre os objetivos do contratante.
    Por exemplo: é necessário saber o número de cômodos, o tamanho aproximado de cada ambiente, a quantidade de moradores, quais são os planos futuros do cliente em relação ao imóvel, entre outras informações.
  2. Levantamento de dados
    No caso da construção de um imóvel, o profissional deve fazer um levantamento de dados para identificar se o terreno está preparado para receber a obra. O arquiteto inicia solicitando uma “Consulta de Viabilidade”, documento fornecido pela Prefeitura de cada município que explica quais os potenciais construtivos e permissíveis que o terreno oferece, assim como o plano diretor e código de obras.

O que é o Plano Diretor?

Trata-se de um documento que define a política de desenvolvimento de um município. Um dos seus principais objetivos é orientar o poder público e a iniciativa privada na construção dos espaços urbanos e rurais.

Essa é uma forma de garantir o bem-estar e segurança da população durante o crescimento das cidades. A altura máxima de uma obra naquele local, a taxa de ocupação e o coeficiente de aproveitamento são algumas das informações encontradas no documento.

Cada município tem seu próprio Plano Diretor, que pode sofrer modificações ao longo dos anos. Por esse motivo, é importante que arquitetos e profissionais ligados à construção civil estejam sempre atentos às atualizações do documento.

O que é o Código de Obras?

Trata-se de um documento que determina normas técnicas para todo tipo de construção realizada no município.

O Código de Obras tem como objetivo garantir o conforto ambiental, a conservação de energia, a acessibilidade de pessoas com a mobilidade reduzida, entre outros fatores que contribuem para o bem-estar da área urbana e rural de um município.

Umas das principais informações a serem levantadas são desenvolvidas por um profissional em topografia, o topógrafo, geralmente indicado pelo escritório de arquitetura. São elas: a metragem, os níveis, levantamento topográfico planialtimétrico e as condições ambientais são alguns exemplos.

Normativas sobre o Plano Diretor da cidade, leis de zoneamento e se o terreno estiver inserido em um condomínio fechado, é imprescindível estudar as leis exigidas pelo mesmo, pois cada condomínio contempla suas próprias regras.

Tudo isto para garantir que o projeto se encaixe dentro das leis e normas e tenha uma aprovação diante dos órgãos competentes. Nesta etapa ainda não há desenhos.

  1. Estudo preliminar
    É nessa etapa do projeto residencial que o arquiteto começa a trabalhar o conceito de acordo com as necessidades do cliente. São criadas as primeiras plantas baixas, maquetes 3D e outras representações gráficas do projeto.
    Para isso, existem diversos softwares de computação que são utilizados, são programas de arquitetura que os escritórios utilizam para o desenvolvimento dos projetos, como o SketchUP, AutoCAD e REVIT por exemplo.
  2. Anteprojeto
    O anteprojeto é uma etapa de aprofundamento do estudo do projeto residencial. É nesse momento que o arquiteto define aspectos mais técnicos da obra para garantir um bom projeto executivo. Após esta etapa concluída, o Projeto Arquitetônico é enviado a um escritório de projetos complementares, geralmente indicado por seu arquiteto, onde o projeto Estrutural, hidros sanitários, elétrico, dentre outros, caso façam parte, serão desenvolvidos. Após serem concluídos, retornam nas mãos do arquiteto para serem compatibilizados. Muitas vezes precisam de ajustes para que a estrutura e a arquitetura se adaptem. Aqui a atenção precisa ser redobrada para que os projetos se encaixem perfeitamente um com o outro.
  3. Projeto legal
    Trata-se do projeto de aprovação enviado à Prefeitura do município para que a construção seja autorizada. Cada cidade tem suas exigências e normas específicas, mas, de modo geral, o arquiteto precisa entregar todos os documentos que explicam o projeto desenvolvido.
    Com esse material, o arquiteto da Prefeitura responsável pela avaliação poderá checar se tudo está de acordo com as normas do município. Assim que o projeto recebe o alvará de liberação e construção, ele vai para a etapa de detalhamento executivo.
  4. Projeto executivo
    Trata-se de um conjunto de especificações e documentos necessários para que a obra do projeto residencial possa ser iniciada. Explicando de forma mais simples, o projeto executivo são as plantas que vão para o canteiro de obras. São extremamente técnicos e de difícil entendimento para os leigos no assunto, porém, imprescindíveis para a empreiteira contratada para executar a obra.

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É nele que o arquiteto especifica os materiais que serão utilizados (revestimentos, coberturas, material de vedação, impermeabilização, rebaixos, etc.), as dimensões dos elementos construtivos, tipologias, instalação hidráulica e de iluminação, entre outros tipos de detalhamento. Esta fase exige muita cautela e dedicação para que tudo aquilo que consta no desenho 3D possa ser executado. As pranchas executivas são enviadas para o mestre de obras e para o responsável técnico pela execução da obra.

Depois de passar por todas estas fases, seu projeto está prontinho para sair do papel e se transformar em realidade.

Ainda vale lembrar que as visitas de acompanhamento à obra pelo seu arquiteto são fundamentais. Elas garantem que tudo que foi definido e especificado em projeto seja reproduzido fielmente.

Fernanda Viale

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